27 de set. de 2006

Enxoval, um ítem importante que fará parte do seu dia a dia.


Antigamente era normal as mães insentivarem suas filhas desde adolescentes a fazerem o enxoval. Hoje esse costume se perdeu, pois o enxoval vai do gosto do casal, do tipo de móveis que terá em seu lar e também o rítmo de vida que eles possuem. Rítmo de vida? É! Se você terá pouco tempo para dedicar-se aos afazeres domésticos o ideal é ter um enxoval prático.

Não compre muitas peças, compre apenas o essencial. Vocês dois terão uma vida de casados inteira para renovar o enxoval com peças atuais. Economize seu tempo e seu dinheiro.
As peças que dependem do tamanho móveis como: toalhas de mesas, lençois. edredons e cobertores por exemplo, devem ser compradas por último assim evitará erros.
Compre pouco, mas procure comprar coisas de boa qualidade, assim as peças não ficarão desbotadas e tortas logo no início da vida de casados.

Se sua mãe e sua sogra são prendadas, aproveite a experiência delas para fazer seu enxoval, mas compre somente o que realmente gosta. Elas podem colaborar com algumas peças bordadas ou com biquinho de crochê dando um ar personalizado ao seu enxoval, além de ficarem felizes por estarem participando.

Aqui vai uma listinha como dica:

Cama
02 protetor de colchão
04 protetores de travesseiro
04 jogos de cama (lençóis, fronhas)
02 cobertores
02 travesseiros
02 colcha
01 edredom

Hóspedes

02 jogos de cama de solteiro
02 travesseiros
02 cobertores de solteiro
02 jogos de banho

Mesa

02 toalha de mesa branca para festas
04 toalhas de mesa para uso diário
01 toalha de mesa plastificada
12 guardanapos brancos para festas
02 jogos americanos
02 toalhinhas de bandeja
02 panos finos para garrafa de vinho
04 guardanapos para cesto de pão

Banho
04 jogos completos: banho, rosto e piso
02 toalhas de banho avulsas
02 toalhas de rosto avulsas
02 pisos avulsos
05 toalhas de mão para lavabo
02 roupões felpudos (p/ele e p/ela)

Copa e Cozinha
12 panos de prato
02 toalhas de mão
02 aventais
02 pagadores de panela
05 panos de chão
02 flanelas
10 panos multi-uso

Para a noiva
02 conjuntos de camisola (camisola e robe)
01 pijamas
10 conjuntos de lingerie
04 calcinhas avulsas
02 pares de chinelos
10 pares de meias
04 meias-calça
02 maiôs e/ou biquínis

Para o noivo
02 pijamas
01 robe
02 pares de chinelos
05 aparelho de barbear pequeno e prático
15 cuecas
10 pares de meias (3 de lã)

Alguns locais para você fazer seu enxolval:

- http://www.lojaseller.com.br/
- http://www.pernambucanas.com.br/aspx/Catalogo/Default.aspx
- http://www.lojasriachuelo.com.br/
- http://www.bordadoingles.com.br/
- http://www.mmartan.com.br/
- http://www.zelo.com.br/

Se você tem outras dicas sobre enxoval ou conhece outros fornecedores, envie para nós!

Um grande abraços a todas!

25 de set. de 2006

Um casamento diferente


As noivas de preto

Uma colônia de imigrantes no Espírito Santo mantém vivos os rituais da antiga Pomerânia que não existem mais nem na Europa

Priscila Gorzoni


Um sonho de infância de quase toda menina é entrar numa igreja para se casar de véu, grinalda e vestido branco. Patrícia Stuhr, uma farmacêutica de 26 anos, cultivou desde pequena um sonho diferente. Para ela, um casamento tradicional de verdade deveria ter outra cor: o preto. Em sua cidade natal, Pancas, no Espírito Santo, na divisa com Minas Gerais, o casamento mais tradicional é dos pomeranos, uma comunidade que chegou da Europa e se instalou na região no século XIX. Na família de Patrícia, as mulheres se casam de preto desde a Idade Média.

Na antiga Pomerânia, uma faixa de terras junto ao Mar Báltico, onde hoje está a fronteira entre a Alemanha e a Polônia, essa tradição não existe mais. Lá não há mais pomeranos nem Pomerânia. Sucessivas ocupações de seu território por russos, alemães e poloneses acabaram por expulsar ou dizimar a população. Os poucos que restaram no local foram absorvidos pelas cidades alemãs e polonesas. O dialeto que eles falavam desapareceu e foi dado como extinto.


VESTIDA PARA CASAR
Patrícia Stuhr se arruma para seu casamento em Pancas.
A tradição de casar de preto nasceu como protesto,
no tempo em que a noite de núpcias era com o senhor feudal


Nas montanhas do Espírito Santo, porém, um pedaço da Pomerânia sobrevive. Há 120 mil descendentes de pomeranos concentrados a apenas 50 quilômetros de Vitória em cidades fundadas por antepassados. Os imigrantes chegaram em duas levas, em 1858 e 1859 e depois em 1872 e 1873. Segundo os documentos oficiais, eram apenas 2.142, mas suspeita-se que o número tenha sido muitas vezes maior. Eles chegaram sem saber português e não receberam nenhum auxílio do poder público para facilitar a adaptação. Por isso mantiveram-se fechados em suas comunidades. Em Pancas, Domingos Martins e outras cidades da região, a língua que os descendentes aprendem dentro de casa é o pomerano. E, embora muitas moças se casem de branco, ainda há noivas de preto.

O vestido negro, um objeto de mau agouro para quase todas as moças no resto do Brasil, é mantido em uso por uma questão de identidade. As pomeranas começaram a usá-lo quando seu povo estava sob o domínio do Sacro Império Romano-Germânico. Quando uma moça se casava, sua primeira noite não era com o marido, mas com o senhor feudal. Elas começaram a vestir-se de preto em sinal de protesto. "A noiva se vestia inteira de preto. Na cabeça usava um chapéu também preto e botava três penas de galinha, para dar sorte", diz Cecília Zrmke, de 72 anos. As mulheres amarravam ainda uma fita verde na cintura, para mostrar que tinham esperança de se livrar da tirania. O direito do senhor feudal sobre seus corpos acabou há séculos, mas o que era protesto se transformou em tradição. O preto foi incorporado ao Pommerhochtied - o casamento à moda pomerana. O ritual inteiro dura três dias e é um dos pontos mais fortes de união na vida da comunidade.

Patrícia Stuhr já não vive na comunidade pomerana. Ela saiu de Pancas para morar em Vitória. Mas, na hora de casar, fez questão de voltar à cidade natal e seguir a tradição. Seu marido, Geraldo, não tem origem pomerana, mas concordou. Um mês antes da data marcada, como manda o ritual, os noivos foram apresentados oficialmente à comunidade durante uma missa. No evento, conhecido como Afbar, o casamento foi anunciado. Ali o sonho de Patrícia começou a se realizar. A cidade passou a girar em torno do casamento.

O primeiro personagem a entrar em cena é o Hochtiedsbirrer, o "convidador" da cidade. Seu papel é central. A tradição pomerana não aceita os convites de casamento impressos em gráficas. Até porque a língua não tem grafia e gramática oficiais. Os parentes e amigos dos noivos devem ser chamados oralmente para o casamento, e o convite deve ser em forma de versos pomeranos. Quem faz isso é o convidador, que os noivos escolhem.

No casamento de Patrícia, a tarefa coube a Geraldo Raasch. Antes dele, seu pai e seu avô fizeram o mesmo. "No começo eu apenas acompanhava meu pai e ficava observando. Depois aprendi e comecei a fazer também", diz Raasch. Ele começou em 1978, aos 16 anos, e já atuou em nove casamentos. Quinze dias antes da festa, sai a cavalo de casa em casa, portando um cajado, um chapéu e um colete. Vai enfeitado com fitas coloridas e leva uma garrafa de aguardente. "Quando o convidador chega, quem o recebe é a dona da casa. Aceitando o convite, ela prega uma fita colorida em suas costas. Em seguida, o casal toma um gole da aguardente do convidador", diz.


VERSOS E AGUARDENTE
O convidador Geraldo Raasch, que chama as pessoas oralmente, 15 dias antes da festa, e oferece uma bebida em homenagem aos noivos

Uma semana mais tarde, a cidade começa a se movimentar para ajudar na organização do banquete de casamento. Cada família convidada presenteia os noivos com alimentos para serem usados como ingredientes na festa: frangos, arroz, banha, batata-doce, leite, manteiga, gengibre e utensílios de cozinha. A comida precisa ser farta, variada e tipicamente pomerana. Na véspera do casamento, sempre uma sexta-feira, as mulheres da comunidade põem lenços e toucas na cabeça e se s reúnem bem cedo na cozinha da mãe da noiva. As festas costumavam começar em quintas-feiras, mas a rotina do trabalho forçou a mudança.

O comando da cozinha fica com a dona da casa. Cabe a ela liderar a confecção da massa do brote, o pão típico que é o centro da mesa do banquete. Feito à base de farinha de trigo ou milho, o brote ganhou ingredientes tropicais após a migração dos pomeranos para o calor brasileiro. A farinha de sua massa pode ser de cará ou inhame e reforçada com a adição de pedaços de banana. "Festa pomerana sem brote não é pomerana. Ele ajuda muito a atrair felicidade aos noivos", diz uma das mulheres nos preparativos do casamento de Patrícia.

.: Clique no link do título e veja mais fotos ;-)

Matéria extraída da Revista Época - Edição 436 - 25/09/2006 - Editora Globo

18 de set. de 2006

Casamento religioso, quando devo marcar? O que é necessário?


O casamento religioso é um ritual que muitos casais sonham em realizar. Independente da religião e do horário, sempre é muito emocionante e inesquecível.

Na igreja Católica Apostólica Romana, vai depender muito se você optar por uma paróquia muito procurada ou pouco procurada. Em Campinas-SP, é aconselhável agendar com um ano de antecedência a cerimônia religiosa.

Com a data marcada da igreja e a paróquia escolhida, fica mais fácil contratar todos fornecedores para o evento. Lembre-se em consultar a secretária da igreja escolhida para ver se o pároco não indicou algumas restrições como tipos de decoração, músicas, etc.

A Arquidiocese de Campinas-SP possui um portal que facilita a busca da paróquia que desejam casar, basta acessar: http://www.arquidiocesecampinas.org.br/paroquias.php e procurar pelo bairro ou nome da mesma.

Para agendar a data os noivos precisam comparecer munidos de documentos e pagar uma taxa para segurar o agendamento. Lembre-se de pegar os recibos, eles são os comprovantes que vocês terão no futuro.

Com seis meses antes do casamento, os noivos deverão fazer o Curso de Noivos. Para a inscrição, deve-se ir à secretaria da igreja, preencher um formulário, entregar xerox do RG e comprovante de residência e pagar uma taxa. Geralmente são três dias de curso, no final é entregue um certificado. Guarde este certificado, precisará dele logo mais.

Com 90 dias antes do casamento, os noivo deverão procurar as igrejas que foram batizados e solicitarem as certidões de batismo para fins de casamento, e também darem entrada ao processo civil no cartório que atende o bairro em que moram.

Com 60 dias antes do casamento, os noivos deverão comparecer à paróquia do noivo ou da noiva (se ambos morarem na mesma diocese) para dar início ao PROCESSO MATRIMONIAL RELIGIOSO, com os seguintes documentos:

- Certidão de Batismo expedida expressamente para o casamento e com data não anterior há seis meses;
- Certificado do Encontro de Noivos em Preparação ao Casamento, com da não inferior a seis meses;
- Cédula de Identidade (original e xerox): casamento de menores de 18 anos (homens) ou de menores de 16 (mulheres) não pode realizar-se sem a devida licença;
- Xerox do comprovante de residência;
- Fazerem a entrevista com o pároco;
- Caso os noivos optarem por casar em outra paróquia que não seja a do domicílio, deverão pagar uma taxa de transferência e solicitar a mesma. Esta transferência deverá ser entregue na paróquia em que será realizado o casamento pelo menos 30 dias antes.
- 30 dias antes, os noivos deverão levar todos os documentos de entrada do religioso e do civil, com os devidos proclamas para a igreja que será realizada a cerimônia e pagar a taxa da realização da cerimônia.

- Lembre seus fornecedores que se utilizarem energia elétrica, deverão também pagar uma taxa na secretaria.

Valores aproximados baseados em 2005 a 2006:
- Taxa de agendamento de data: R$ 150,00
- Taxa do curso de noivos: R$ 30,00
- Taxa de certidão de batismo: R$ 10,00 por certidão
- Taxa da documentação religiosa e transferência de paróquia: R$ 150,00
- Taxa dos documentos do cartório para casamento religioso com efeito civil: 268,00
- Taxa do casamento religioso com efeito civil: R$ 150,00
- Taxa para uso de energia elétrica da paróquia: R$ 50,00

Se você tiver mais informações sobre este assunto ou se você for de outra religião, por favor, compartilhe as informações conosco.

Um grande abraço a todos e até a próxima!

12 de set. de 2006

Como escolher as alianças?



Uma tarefa que parece tão simples, mas na hora de executá-la não é! A escolha das alianças. O mercado hoje oferece uma quantidade enorme de opções de design, espessura e material.

Cabe ao casal olhar para um par e se identificar com ele.

Curiosidade: A aliança de casamento usada como símbolo de matrimônio e noivado surgiu entre os gregos e romanos, que importaram o costume hindu de usar alianças de casamento. A cultura Romana acreditava que através do terceiro dedo da mão esquerda passava uma veia que estava diretamente ligada ao coração, sendo assim, este dedo foi escolhido para o uso das alianças de casamento. Aliás, ainda hoje, esse costume é praticado nos casamentos islâmicos.

Aqui vão algumas dicas:

A) Alianças de prata ou ouro branco

As alianças de prata ou ouro branco podem servir tanto para casamento, quanto como anel de compromisso. Se o casal é moderno, não deixe de acatar a vontade de vocês e entreguem-se ao sonho. Elas são lindas e como as de ouro dourado, também possuem uma gama de opções. Podendo ser grossas, finas, trabalhas ou foscas. As alianças de prata ou ouro branco são charme e determinarão que o casal é de muita personalidade.

B) Alianças de ouro dourado

As alianças de ouro dourado só tornaram-se comuns apenas na época medieval, pois as primeiras foram feitas de ferro. A princípio, as alianças de ouro eram vistas como um aviso a outros pretendentes de que a noiva já não estava disponível. Acredita-se também, que os Faraós do Egito, usavam um círculo, sem começo ou fim, como um símbolo da eternidade. Porém, o uso como promessa pública de honrar um contrato de casamento só tornou-se comum na era Romana. Possui uma quantidade infinita de modelos, algumas com pedras e até detalhes em ouro branco.


Alguns fornecedores de alianças:

- http://www.dumontonline.com.br/colecao.php?idc=10016
- http://www.hstern.com.br/site/home/default.asp?flash=s
- http://www.vivara.com.br/
- http://www.meritumnet.com.br/index.php

Se você tem mais algum fornecedor, participe e indique!

Eu e meu marido optamos usar durante nosso namoro uma aliança de prata fina e lisa e no noivado e casamento uma de ouro dourado anatômica por ser bem confortável. A nossa idéia do modelo tradicional foi por que os outros modelos não nos remetiam a um par de alianças nos pareciam anéis. Mas são modelos lindos e isso como o texto acima diz vai da identidade de cada casal. Tanto nas alianças de namoro, quanto a de noivado e casamento tomamos cuidados em gravar nossos nomes e datas. Uma boa compra a todos.

6 de set. de 2006

Casar é fácil, separar é difícil, pense nisto e faça tudo com certeza!


Assim como no noivado assumimos um compromisso maior que o namoro, o casamento é um grande compromisso e por isso deve ser bem pensado. São duas vidas e isso não é nenhuma brincadeira. Casar é fácil? Pode até ser, custa caro o evento mas tudo é festa, mas separar é bem difícil e custa bem caro também.
Por isso é importante ter certeza do que quer, para não se arrepender depois.
Abaixo segue uma reportagem que fala um pouco sobre isso, foi extraída da Revista Veja. Leiam e reflitam, afinal "o que Deus uniu o homem jamais separa" então é bom saber o que significa uma separação. Em breve voltarei com mais dicas para o casamento. Um grande abraço a todas!

Enfim, só!

O juiz já homologou a separação? Ela é consensual ou litigiosa? Palavras assim entram no vocabulário de quem chega ao fim de um casamento. Aqui, um guia básico para enfrentar essa batalha.

Por Tatiana Schibuola (veja link no título do post)- Ilustrações Paulo Cabral

Até que um juiz os separe

Casar é fácil. Bastam um par de corações apaixonados e uma irresistível vontade de viver sob o mesmo teto. A maioria prefere formalizar a coisa perante a igreja e o juiz de paz; outros simplesmente vão morar juntos. Difícil mesmo é desfazer tudo. Principalmente se o casal não concorda quanto aos termos da separação (ou seja, praticamente todo mundo). Quem fica com os filhos, com a casa de praia ou com aqueles CDs absolutamente indispensáveis à sobrevivência humana?
Até para os evoluídos seres capazes de pilotar um rompimento amigável, é raro não surgir algum desentendimento. As mulheres que não se informam sobre as regras do novo jogo, ou apenas imaginam usar a Justiça como instrumento de vingança contra o ex, tendem a cometer mais erros. Saber o básico sobre os mecanismos jurídicos é obrigação de toda divorciada em potencial.

1. Para começar, um advogado
O advogado que cuida dos negócios do seu marido não serve para fazer a separação. O ideal é contratar um representante exclusivo e, de preferência, especializado na área de família. Profissionais experientes aconselham que a primeira conversa com o advogado aconteça antes mesmo de comunicar a separação ao marido, se a iniciativa for da mulher, para ter uma idéia bem clara do que vem pela frente e receber instruções sobre a melhor maneira de agir.

2. Mas é preciso pagar por ele
Separar-se custa caro. O mínimo que um advogado cobra é 6% sobre o valor real dos bens recebidos pelo cliente. Em divórcios de casais de classe média alta, isso gira em torno de 6 000 a 12 000 reais. "O valor deve ser acertado assim que o profissional for contratado, por escrito", diz Renata di Pierro, especializada em direito de família. É comum serem cobradas taxas extras à medida que o processo vai se complicando. Quem não puder arcar com os custos pode contar com assistência judiciária gratuita, uma vez comprovado que não tem recursos. A Justiça também cobra suas taxas: em média, 15% sobre o valor atribuído à causa. Há mais impostos a pagar nos casos de partilha de imóveis.

3. Papéis na mão para entrar em ação
Os documentos necessários para a separação são certidão de casamento, pacto pré-nupcial (se houver), certidão de nascimento dos filhos, comprovação da existência dos imóveis e de seus valores. Quando o processo não é amigável, acrescentam-se provas de má conduta do outro que justifiquem o pedido de separação, como boletins de ocorrência, exames de corpo de delito, fotos, gravações, atestados médicos e e-mails agressivos.

4. Quando os dois concordam
É a chamada separação consensual. Em tese, é muito mais simples. Se o casamento foi há mais de um ano (tempo mínimo para o primeiro passo, que é o pedido de separação) ou se o casal está efetivamente separado há no mínimo dois anos (quando se entra com o pedido de divórcio, propriamente), e se ele e ela concordam que não dá mais para ficar juntos, o processo anda com muito mais facilidade. Pode se acelerar se, além disso, o casal vai para a Justiça em perfeito acordo sobre partilha dos bens, visita aos filhos, pensão e que sobrenome manter. Com isso em mãos, o advogado deve redigir um documento chamado petição de acordo e encaminhá-lo ao juiz. Caso este não veja nenhum impedimento, a separação ou, se ela já existir, o divórcio pode ter aprovação no mesmo dia.

5. Sair sem olhar para trás? Pense melhor
Bater a porta e não voltar mais está totalmente fora de cogitação se o futuro ex-marido for contra a separação. Ele pode alegar que houve abandono do lar. Obviamente, em caso de motivo forte – como maus-tratos ou adultério, de preferência devidamente comprovados –, não há alternativa. Se for apenas uma situação em que é difícil aturar a convivência, o ideal é solicitar ao juiz, por meio do advogado, uma providência chamada medida cautelar de separação de corpos, em que tanto morar juntos quanto fidelidade deixam de ser deveres dos dois.

6. Litígio quer dizer briga
Quando um dos dois não aceita a separação ou quando não se chega a um acordo sobre, digamos, quem tem direito a quê, dá-se a separação litigiosa. Ou seja, o ex-casal, através dos respectivos advogados, vai brigar perante o juiz por condições justas para a vida pós-separação. O divórcio litigioso só pode ser encaminhado depois que a separação de fato completar dois anos. Enquanto isso, o advogado solicita ao juiz que estabeleça a pensão, a guarda dos filhos e o direito de visitas de maneira provisória.

7. Quando ele é culpado
Agressões físicas ou morais, abandono de lar, atividades criminosas, ociosidade, alcoolismo, tudo isso é motivo para requerer uma separação – mesmo que ele (ou ela, claro, na situação inversa) não queira. Nesses casos, o processo de separação pode começar antes mesmo da separação de corpos. Pensão e guarda também serão definidas, provisoriamente, pelo juiz.

8. Quanto vale a pensão alimentícia
Ao contrário do que o nome diz, a pensão não é apenas referente ao valor da nota fiscal do supermercado. Ela abrange a soma de dinheiro de que a mulher precisa para manter o mesmo padrão de vida que tinha durante o casamento. Isso inclui desde despesas com saúde e moradia até gastos com restaurantes, academia de ginástica e viagens ao exterior. Se a pessoa que requer a pensão (o homem ou a mulher) apresentar documentos que comprovem seu padrão de vida anterior (valem desde a conta de luz até fotos das viagens internacionais) e conseguir provar que não pode arcar com tantas despesas e, principalmente, que o outro tem condições de pagar, terá direito à pensão. Para o estabelecimento do valor da pensão dos filhos, as regras são as mesmas. Em geral, a pensão fixada é de um terço dos rendimentos do ex.

9. Quando a mulher não tem direito à pensão
Mulheres jovens que estejam fora do mercado de trabalho têm direito a uma pensão temporária, em geral de um a três anos. "As que trabalham e têm rendimentos compatíveis com seu padrão de vida não recebem pensão", diz Priscila Corrêa da Fonseca, doutora em direito processual civil pela Faculdade de Direito da USP.

10. Quem fica com o apartamento?
A partilha dos bens depende do regime adotado na ocasião do casamento. São eles:

Separação de bens – Cada um tem controle pleno sobre o patrimônio adquirido antes ou depois do casamento. O mesmo vale para as dívidas.

Comunhão universal – Todos os bens, mesmo os existentes antes do casamento, pertencem aos dois e devem ser divididos meio a meio.

Comunhão parcial – Só o patrimônio adquirido depois do casamento será dividido, meio a meio.

Participação por aqüestos – O novo Código Civil permite que o patrimônio constituído durante o casamento seja dividido conforme a contribuição que cada um deu para sua formação – daí o nome complicado. Exemplo: se na compra do apartamento a mulher contribuiu com o equivalente a um terço do valor, terá direito a um terço da propriedade na hora da separação. O novo código também estabelece que o regime de bens pode ser alterado a qualquer momento, durante o casamento, desde que sejam apresentadas justificativas razoáveis a um juiz.

11. Patrimônio em segurança
Para garantir que, durante o processo de separação, seu ex-marido não venda os bens que estão em seu nome (e que não dependam da assinatura da mulher) nem os transfira para terceiros, o advogado pode pedir o arrolamento, ou seja, uma listagem de tudo o que o casal possui, inclusive nas contas bancárias. Os bens são então bloqueados, até que se resolva a pendenga da separação.

12. A guarda dos filhos
Quando o casal não consegue chegar a um acordo, a decisão é exclusivamente do juiz, que levará em conta o bem-estar das crianças ao determinar com quem devem ficar e qual será a freqüência das visitas. Por bem-estar entende-se que quem vai ficar com os filhos deve ter equilíbrio emocional e espaço físico suficiente para abrigá-los. Se houver registro de distúrbios psicológicos, alcoolismo ou maus-tratos de uma das partes, a guarda será obrigatoriamente do outro. "Cabe ao juiz decidir se quer ou não ouvir a criança, seja diretamente, seja por meio de laudos psicológicos ou de assistentes sociais", diz Rolf Madaleno, advogado e professor de direito de família da Universidade de Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul.

13. A senhora quem?
A mulher que adotou o sobrenome do marido pode optar por mantê-lo ou não depois da separação, a não ser que no processo ela seja acusada de atos impróprios. Se comprovados, ela volta obrigatoriamente a ter o sobrenome de solteira. Caso o marido não queira que a ex tenha seu sobrenome, ele é quem tem de tomar a iniciativa de requisitar a mudança. Ela ainda pode vencer a "causa" se comprovar, por exemplo, que a mudança de sobrenome afetará sua carreira profissional.

14. Juntado é (quase) casado
Quem não casou "de papel passado" tem a vantagem de poder encerrar informalmente a união. No entanto, em relações duradouras em que há bens e filhos em comum, se o casal não se separar por mútuo acordo terá também de apelar para a Justiça, como em um casamento formal. A principal diferença é que, antes de começar o processo de separação, é preciso comprovar a existência da união através de uma iniciativa chamada ação de reconhecimento e dissolução de união estável. Para a divisão de bens, vale em geral o regime de comunhão parcial.

15. A Justiça tarda
Em separações litigiosas, o processo pode arrastar-se por anos – às vezes, dura mais que o próprio casamento. Em uma primeira audiência, o juiz ouve as duas partes para tentar uma reaproximação. A partir daí, começa a correr o processo de separação, com apresentação das defesas e provas, audiências de instrução e julgamento, até que se chegue a um acordo ou que o juiz resolva oficializar a separação.

16. A diferença entre separação e divórcio
A separação não dá o direito de casar novamente no civil. Para isso, é preciso passar pelo divórcio, em que uma decisão judicial formaliza o término do casamento. Ele pode ser solicitado um ano depois da separação judicial ou pode ocorrer diretamente, depois de dois anos em que o casal não vive mais junto. Durante o processo de divórcio, é obrigatória a partilha de bens, o que não ocorre durante a separação judicial.

17. De namorado novo
Só um novo casamento ou uma união estável podem permitir o fim do direito de pensão estabelecida para a ex-mulher. Com isso, a lei supõe que o novo companheiro contribua para o seu sustento.

18. Ele arrumou outra
O fato de o ex ter um novo relacionamento não implica mudanças na guarda ou no direito de visitas aos filhos, desde que se mantenha o que se entende por um ambiente saudável para as crianças. Novo casamento tampouco muda o valor da pensão. No entanto, se ele tiver filhos com a nova mulher, aí sim pode pedir uma revisão do valor da pensão, já que agora tem duas famílias para sustentar.


O que não fazer depois da separação

Incapacidade de comunicação, problemas financeiros, falta de empenho em lutar para que o casamento dê certo, mudança nas prioridades da vida e infidelidade são as cinco principais causas das separações, segundo a American Academy of Matrimonial Lawyers, uma associação de advogados especializados em direito de família dos Estados Unidos. Seja qual for o motivo que leve ao fim do casamento, todos os envolvidos são afetados por um terremoto emocional a partir do momento em que decidem pôr um ponto final na relação. "Para se ter uma idéia, a separação está em segundo lugar na escala dos motivos do stress emocional – em primeiro, está a morte de um ente querido", compara Marilene Grandesso, professora de terapia familiar e de casal da PUC de São Paulo. Nessa hora, a gama de sentimentos é enorme: ódio, culpa, rejeição e medo são alguns dos mais comuns.

Acreditar que é possível passar por essa fase sem sofrer é bobagem, qualquer que tenha sido a duração do casamento. Obviamente que, quanto mais tempo juntos, quanto mais coisas conquistadas a dois e, principalmente, quando o casal tem filhos, a situação tende a ficar ainda mais complicada. No entanto, é possível, sim, minimizar a dor. Encerrar um casamento com dignidade pode até reforçar a auto-estima – numa hora em que ela estará em baixa. A seguir, os cinco erros mais comuns que as mulheres cometem quando resolvem se separar:

1. Tornar-se ex-mulher profissional
Há mulheres que encaram a separação como uma profissão e empregam todas as suas forças para depenar o marido ou privá-lo da convivência com os filhos. Acreditar que o juiz será capaz de resolver as diferenças que levaram o casal à separação ou de vingar a mulher que cuidou dos filhos a vida toda e foi "premiada" com a infidelidade do marido só vai tornar o processo judicial mais difícil, caro e doloroso. "São casais que não conseguem dissolver o vínculo. Eles buscam resolver, na Justiça, as diferenças que levaram à separação", diz o psicólogo Ricardo Vainer, autor de Anatomia de um Divórcio Interminável. No final do litígio, que pode durar anos, ambos encontram-se emocional e financeiramente devastados. Sem falar que os juízes dificilmente levam em consideração a atribuição da culpa para favorecer uma parte ou outra com relação a pensão alimentícia, partilha dos bens ou guarda dos filhos. "Entendo que, se não há mais afeto, o matrimônio está rompido. Trazer à tona a discussão da culpa só agrava ainda mais a animosidade entre os dois. O Estado não é capaz de dizer quem é culpado ou inocente, porque não sabe o que acontece na intimidade do lar", acredita José Carlos Teixeira Giorgis, desembargador da 7ª Câmara Cível do Tribunal do Rio Grande do Sul.

2. Deixar-se controlar pelo ex só porque ele paga a pensão
Não é porque ficou no mesmo apartamento e as contas ainda são saldadas pelo ex-marido que a mulher não tem direito à privacidade. Conservar a chave de casa, fazer visitas inesperadas em nome da convivência com os filhos e manter vigilância cerrada sobre a ex são atos humilhantes – e não um sinal de que "ele" no fundo continua a gostar de você.

3. Acreditar que só um novo relacionamento pode suprir a falta do ex-marido
Formar um casal é muito bom – sem falar nas vantagens de ter alguém para levar o carro à oficina e para outras providências práticas. Também é bom ter uma pessoa com quem se pode contar de verdade, dividir sonhos, planos, medos e inseguranças. Com o rompimento, esse mundo desaba. É natural que muitas mulheres acreditem que só serão felizes outra vez se reconstruírem o casulo conjugal. Perigo: procurar um salvador da pátria num momento de fragilidade emocional resulta quase sempre em escolha errada. No começo, a nova relação pode até ser compensadora. "Mais para a frente, os problemas que não foram levados em conta na hora da escolha começam a incomodar", diz Tai Castilho, terapeuta de casal e de família. Antes de enfrentar outro relacionamento a sério, o ideal é esperar atingir certo grau de estabilidade emocional – e isso não acontece de um dia para o outro.

4. Tentar recuperar a auto-estima no consultório do cirurgião plástico
Mesmo que o ex-marido não tenha arrumado outra mulher vinte anos mais nova, a separação sempre está relacionada ao sentimento de rejeição. Nessas circunstâncias, é comum o desejo de reencontrar a juventude. O problema é que, evidentemente, Botox, ginástica e lifting, em si, não garantem nem a felicidade nem a recuperação do amor-próprio. "Costumo sugerir a meus pacientes recém-separados que escrevam uma lista com todas as coisas que deixaram de fazer enquanto estavam casados – e retomem algumas", diz Jacy Bastos Lima, psicóloga e coordenadora do Grupo de Orientação a Descasados. Vale desde coisas simples, como tomar aulas de violão, até voltar a estudar ou trabalhar.

5. Falar mal do papai para os filhos
Separação é entre o homem e a mulher, não entre pais e filhos. Usar os filhos para atacar o ex é um erro grave. Mesmo mulheres equilibradas às vezes cedem à tentação da vingança através da prole – mas é extremamente aconselhável que façam de tudo para resistir. Um relatório da American Psychological Association, nos Estados Unidos, examinou 33 estudos sobre o assunto e concluiu que filhos de pais divorciados podem ser tão bem ajustados quanto aqueles que vivem em famílias intactas – desde que possam conviver de maneira saudável com os dois. Permitir que os filhos falem com o pai sempre que quiserem, que combinem programas e viagens com ele e evitar fazer críticas e comentários negativos a respeito do outro torna a criança mais segura. Papai quer apresentar a nova namorada a eles? Morda o cotovelo e não faça oposição. Repita como um mantra: tudo o que disser ou fizer para prejudicar a imagem paterna na verdade é um mal que estará infligindo a seus próprios filhos. Casamentos e maridos passam, mas eles permanecem – e saber que estão sendo bem criados é uma das maiores fontes de satisfação para qualquer mãe.